O Brasil e a cultura do estupro

estupro netAMANDA FACCA
Estudante de Jornalismo

 
Muito se fala sobre a cultura do estupro, no entanto pouco se sabe dela. A jovem de 16 anos que foi vítima de estupro coletivo no dia 21 de março na favela do Barão, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, virou exemplo do que a expressão quer dizer.
São 33 suspeitos que estão sendo investigados, a polícia acredita até então que o crime foi cometido por 10 a 12 homens pertencentes a dois grupos diferentes e em momentos distintos. Conforme as investigações, somente o último estupro foi gravado e divulgado. A polícia localizou o celular do suspeito e segue a apuração.
A notícia assim como o crime, dividiu-se em dois grupos, aos quais no primeiro causou revolta perante o crime e no segundo a marginalização social à vítima. Porém, entre tantos culpados, quando a notícia esfria o que restam são cinzas. Resquício de comoção e a abundância em dura
realidade.
Apontar a vítima como culpada é cultura do estupro, apontar os homens como culpados é feminismo. As diferentes percepções são da natureza humana e cabe a todos o respeito. Mas, generalizar e apontar defeitos não é a solução.
Mulher que veste short curto é "perdida", mulher que veste roupas largas é homossexual, mulher que anda com vestidos abaixo do joelho é "bela, recatada e do lar". Antes de se conhecer a fundo alguém, não existe verdade. Julgamentos são preconceito e culminam à degradação social. Engana-se quem diz que só os homens apontam dedos às mulheres, pois as próprias também o fazem.
O que existe em várias destas meninas de 16 anos é a falta de oportunidade, falta de educação, falta da presença dos pais, falta de um lugar para se morar que ofereça uma estrutura melhor e também segurança. O que falta para as pessoas que julgam é serem criadas sob as mesmas condições que estas. O que falta para o país, é banir os homens que participaram deste e dos demais atos que acontecem Brasil a fora, desocupar as favelas dando lugar melhor para seus cidadãos, oferecer segurança e educação para todos inclusive os menos favorecidos.

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Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/web/?p=12271