Muito toque na tela e pouco toque na pele

MONIQUE GISELE GASQUI | CRP 108849/06 | Pós graduada em Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental | Pós graduada em Psicologia da Saúde/Hospitalar

 

O assunto é muito sério caros leitores! Vamos falar sobre o uso do celular. Eu, você, todos nós gostamos não é mesmo? Mas em excesso pode ser muito prejudicial, causando vários transtornos mentais. A tecnologia, o celular, em especial, é muito importante, desde que saibamos usá-lo, no sentido também de ser útil.
Eu li duas falas outro dia que diz assim:
– "O meu filho de seis anos já usa o iPad e põe vídeos no YouTube sozinho!
E a outra retruca:
– "Genial, quero ver quando é que o ensinas, a cumprimentar e a dizer, "por favor," e "obrigado".Estas falas faz sentido hoje? Pra mim faz e muito, pois hoje há muito toque na tela e pouco toque na pele, muita futilidade e pouca utilidade e muita superficialidade e menos intensidade. Que pena! As pessoas estão deixando a vida delas passarem, para viver o mundo da internet, e ai não sabe o porque de tanto vazio, angústias, ansiedade e depressão. Está um descontrole absurdo! É hora de parar um pouco, principalmente aos pais com seus filhos, ensinando as regras e limitações, pois é perigoso termos muitas crianças doentes, se é que não já estão não é verdade? Exagero nenhum até agora, pois há várias doenças relacionadas à internet e você pode ter alguma, vamos a elas?
1) Síndrome do toque fantasma: é quando o seu cérebro faz com que você pense que seu celular está vibrando no seu bolso sem ter recebido nenhuma ligação, e muitas vezes ele apenas estava no silencioso, ou nem estava no seu bolso, e você pode estar delirando. É que nós configuramos o nosso mundo social para girar em torno dessa pequena caixa em nosso bolso, e podemos começar a ver coisas que não existem porque o nosso cérebro esta ligado a sinais típicos do aparelho.
2) Nomophobia: é a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel, ou seja, é o medo de ficar sem o celular. É aquela horrível sensação de estar desconectado quando acaba a bateria do seu celular e não há tomada elétrica disponível? Tem gente que leva até um carregador móvel nesses casos, por medo.
3) Náusea Digital: desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem come determinados ambientes digitais. Por exemplo: a última versão do iOS, faz com que os ícones e a tela de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo tridimensional abaixo do visor de vidro, e isto faz com que as pessoas vomitam. Isto se chama na verdade ciberdoença, que quer dizer quando o nosso cérebro está sendo enganado e ficando enjoado por conta da sensação de movimento quando não estamos realmente nos movimentando.
4) Depressão de Facebook: depressão causada por interações sociais ou a falta de Facebook. A razão é que as pessoas tendem a postar apenas as boas notícias sobre eles mesmos na rede social, então é muito fácil cair na falsa crença de que todos estão vivendo vidas muito mais felizes e bem-sucedidas que você, quando isso pode não ser o caso.
5) Transtorno de Dependência da Internet: uma vontade constante e não saudável de acessar a internet que interfere na vida cotidiana. O vício na internet pode ser atribuído à baixa autoestima, baixa autossuficiência e habilidades ruins.
6) Vício de jogos online: é uma necessidade não saudável de acessar jogos multiplayer online. Existe hoje até o Centro para Viciados em Jogos Online.
7) Cibercondria: é a tendência de acreditar que você tem doenças sobre as quais leu online, pois pode transformar qualquer sintoma em milhares de doenças terríveis e alimenta a sensação de que está ficando doente, como uma simples dor de cabeça se transformar num tumor no cérebro, porque os sintomas que esta sentindo pode ser um câncer que você ao pesquisar na internet.
8) O efeito Google: é a tendência do cérebro humano de reter menos informações porque ele sabe que as respostas estão ao alcance de alguns cliques, ou seja, ficamos preguiçosos. Não é uma coisa tão ruim assim, mas em certas situações sim, por exemplo, um adolescente não memorizar a matéria das provas porque ele sabe que a informação estará no Google quando ele precisar.
Por favor, mais toque na pele e menos toque na tela!



Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2018/08/31/muito-toque-na-tela-e-pouco-toque-na-pele/