A nossa relação com a comida pode mudar ao longo dos anos?

PARTE 1

 

JÉSSIKA CARVALHO | CRN 3-28292 | Nutricionista | Mestra em Ciência dos Alimentos | Pós graduada em Nutrição Clínica e Hospitalar

 

A resposta é SIM e as escolhas que fazemos têm impacto direto na nossa saúde. Nosso apetite muda no decorrer da vida, à medida que envelhecemos. Há “sete idades” do apetite. A cada década de vida entramos em uma fase e compreender cada fase pode ajudar a desenvolver novas maneiras de lidar tanto com a ingestão insuficiente ou excesso de alimentos, assim como com suas conseqüências para a saúde. Uma das principais causas da ingestão excessiva de alimentos é que estamos expostos o tempo todo desde o nascimento aos aromas, sons, propagandas e reuniões que envolvem comida.
A primeira década, do nascimento aos 10 anos
O comportamento alimentar desenvolvido no início da vida pode se prolongar até a idade adulta, levando uma criança acima do peso a se tornar um adulto obeso. Desde a introdução alimentar, as crianças devem experimentar algum controle, principalmente em relação ao tamanho das porções. Ser forçado a “limpar o prato” ou "comer os legumes para ganhar sobremesa", pode aos poucos fazer com que a criança deixe de se orientar por seu apetite e pela sensação de fome e ser estimulado o comer excessivamente no futuro. Nunca, jamais e por nenhum motivo force uma criança a comer.
A segunda década, dos 10 aos 20 anos
O modo como o adolescente vai lidar com a alimentação durante essa fase crítica moldará seu estilo de vida nos anos seguintes e suas decisões estarão ligadas à saúde das futuras gerações, de quem mais tarde se tornarão pais. As mulheres, em geral, são mais propensas a sofrerem de déficit nutricional do que os rapazes, em função de seu sistema reprodutivo.
A terceira década, dos 20 aos 30 anos
Início da faculdade, casamento ou ter filhos podem favorecer o ganho de peso nesta fase. O corpo envia si-nais fortes de apetite quando ingerimos menos calorias do que ele necessita, mas os avisos para evitar excessos são mais fracos, o que pode levar a um ciclo de consumo exagerado. Fatores fisiológicos e psicológicos dificultam manter uma alimentação moderada ao longo do tempo. Alimentos ricos em proteína, água ou fibra fazem com que a gente se sinta satisfeito por mais tempo. Continuaremos no próximo artigo falando sobre as demais décadas do apetite!
(Esse artigo foi publicado originalmente no site The Conversation.Alex Johnstone é pesquisadora do Instituto Rowett de Saúde e Nutrição, da Universidade de Aberdeen, na Escócia).



Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2018/08/31/a-nossa-relacao-com-a-comida-pode-mudar-ao-longo-dos-anos/