A nossa relação com a comida pode mudar ao longo dos anos? Parte 2

JÉSSIKA CARVALHO | CRN 3-28292 | Nutricionista | Mestra em Ciência dos Alimentos | Pós graduada em Nutrição Clínica e Hospitalar

A quarta década, dos 30 aos 40 anos
Os efeitos do estresse, responsável por mudanças no apetite e hábitos alimentares de 80% da população, podem fazer com que você se empanturre ou perca a vontade de comer. O perfeccionismo e a meticulosidade, também podem interferir na relação entre estresse e hábitos alimentares. Os principais erros alimentares ocorrem ao longo do dia no ambiente de trabalho, como comprar produtos de máquinas de venda automática, marmitas cheias de frituras e carboidratos ou lanches práticos e não saudáveis como refrigerantes, café e salgados as vezes oferecidos pelas empresas. Essas mesmas empresas devem se esforçar para subsidiar e promover uma alimentação de qualidade aos funcionários, que se tornarão, assim, mais saudáveis e produtivos. Além disso, devem desenvolver estratégias para gerenciar situações de estresse.
A quinta década, dos 40 aos 50 anos
Muitas vezes relutamos em substituir nossas preferências, mesmo quando sabemos que isso vai nos fazer bem. Queremos comer o que temos vontade, sem modificar nosso estilo de vida, e ainda ter um corpo e mente saudáveis.
Nessa idade os adultos costumam mudar seus hábitos em decorrência de problemas de saúde. Em alguns casos a falsa sensação de que está tudo bem - quando, na verdade, diversas doenças demoram anos para se manifestar e outras têm sintomas "invisíveis" - ajuda a manter a inércia.
A sexta década, dos 50 aos 60 anos
Nessa idade a falta de exercícios físicos, o baixo consumo de proteína a menopausa e a andropausa, no caso dos homens, podem acelerar a perda de massa muscuar. Lanches enriquecidos com proteína podem ser uma boa forma de os adultos mais velhos aumentarem a ingestão do nutriente.
A sétima década, dos 60 aos 70 anos, e daí em diante
Uma nutrição adequada é importante, uma vez que a velhice vem acompanhada da redução do apetite e da falta de fome, o que leva à perda de peso não intencional e a uma fragilidade maior. A perda de um companheiro ou de um familiar, assim como fazer as refeições sozinho, pode afetar a sensação de prazer da alimentação, assim como problemas dentários, de deglutição, per-da de paladar e de olfato também interferem na vontade de comer e em nossas recompensas ao fazê-lo.
Por isso, devemos nos esforçar para enxergar todas as refeições como uma oportunidade de usufruir da comida e dos efeitos positivos que os alimentos certos podem ter sobre nossa saúde.
(Esse artigo foi publicado originalmente no site The Conversation.Alex Johnstone é pesquisadora do Instituto Rowett de Saúde e Nutrição, da Universidade de Aberdeen, na Escócia).



Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2018/09/14/a-nossa-relacao-com-a-comida-pode-mudar-ao-longo-dos-anos-parte-2/