Mãe

BRUNA SANTORO MILANI | CRP 06/126178
Psicóloga (PUC-SP)

Com as mudanças sociais, profissionais e de papéis que a mulher protagonizou nestas últimas décadas e como essas mudanças tiveram impacto na maternidade, as mães merecem um artigo somente para elas. Pense durante alguns segundos no conceito de mãe, não na sua, nem na melhor ou pior mãe que você possa conhecer. Apenas reflita o que significa e o que associamos com "ser mãe". É fácil imaginar que este arquétipo está muito associado a "amor incondicional", "instinto", "renuncia", "plenitude", "abrigo", "entrega" e assim vai. A maioria relacionada à entrega de si para e pelo outro.
Não é exagero dizer: a relação mãe e filho é uma das mais importantes da vida de todas as espécies existentes. Por ser o primeiro vínculo estabelecido, é a mãe que serve de base e, muitas vezes, que acaba influenciando a forma como vamos nos relacionar com as pessoas em todas as dimensões: no trabalho, no amor e nas amizades.
A relação materna é muito explorada por autores de diversas áreas, como filmes, livros, séries, além de diferentes abordagens. E uma coisa todos concorda: A relação saudável da mãe com o filho é o diferencial para o desenvolvimento do sujeito.
Mas, por que será que devemos nos atentar tanto a esse vínculo? Por que, de fato, ele é determinante.
De acordo com a psicologia, desenvolver uma boa relação com a mãe tem inúmeros impactos positivos ao longo da nossa trajetória. A mãe é quem oferece o cuidado, o carinho, o acolhimento e a atenção às necessidades do bebê. As mães frequentemente alimentam a inteligência emocional dos filhos, se tornando referência e ensinando-os a reconhecer e expressar seus próprios sentimentos.
Não só de impactos positivos uma relação materna é constituída, principalmente quando se trata das conhecidas Mães Narcisistas. Mães com esse transtorno não respeitam os limites e privacidade dos filhos, invalidam os argumentos do mesmo, além de projetar suas sombras no filho pra não se enxergar, dessa forma ela poderá negar esses traços em si mesmo e punir o outro.
A verdade é que não existe mãe perfeita. É utopia acreditar nisso. A mãe possui suas próprias bagagens antes de vestir o papel de mãe. Na clínica há queixas de mães que acreditam ser "péssimas mães" por não cumprir com suas expectativas ou as impostas pela sociedade, mas o que elas desconhecem ou fingem não saber, é que além de todas as relações serem baseadas em trocas, são também fundamentadas em acertos e erros. Não existe uma receita ideal de COMO SER MÃE. O mundo muda todo o tempo, mas uma coisa é inquestionável: De todas as formas de ser mãe, escolha sempre ser a sua melhor versão, sem se anular, sem se esconder.

"Uma das maiores forças do universo reside no amor de mãe".
Bruno Bezerra



Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2020/05/22/mae/