Ano novo, vida nova. Promessas da virada não sobrevivem à ressaca

AMANDA FACCA

 
O novo ano chegou e com ele as crendices populares retornam. Há quem se apegue na cor da roupa que deve usar, em pular ondinhas, em não comer nada que cisca ou mesmo em tomar banho de sal grosso. Tudo isso para que 2017 traga tudo o que o ano anterior se esqueceu.
No entanto, colocar uma camiseta branca no dia 31 de dezembro pra ter paz enquanto passa o outro ano todo atormentando todo mundo, é tolice. Pedir amor com calcinha cor de rosa dizendo que não acredita em relacionamento duradouro, é apelação e não traz solução se nós mesmos não oferecermos amor aos outros. Não adianta mergulhar numa piscina de tinta amarela se não trabalhar pra conquistar o seu (ou pelo menos jogar na mega). É bem mais sobre reciprocidade e positividade do que o material em si, assim, não dá pra culpar o santo pelo milagre não alcançado.
O problema são as promessas não cumpridas. Dos políticos que deveriam fazem e de você que não foi cobrar. Do shake ruim e sua que não foi malhar. Da grande chance que bateu apenas uma vez na sua porta e sua que não a abriu. E é sobre isso. É sobre ter os caminhos na sua frente e não acreditar que segui-los seja o melhor a fazer. É sobre se apegar numa fitinha colorida pra ter algo que já é seu e você só não foi buscar.
Entra ano e sai ano e você aí dizendo que vai e não vai, querendo e se negando, cobrando e não amando. Esperar o ano novo só pra dizer que nesse ano que virá você será uma pessoa melhor não melhora nada na verdade. A expectativa de que doze badaladas mudem alguma coisa funcionou por um triz com a Cinderela.
No mundo real, você, eu e todo mundo tem que acreditar e ir atrás, fazer pra receber. Você tem 365 dias para sair da cama e dizer uma palavra amiga a alguém, para fazer uma visita a alguém distante, para mostrar o que sente a quem ama, para dar comida a quem não tem, para dar abrigo a um animal de rua, mas não. Você quer fazer tudo isso na virada. Naquele diazinho corrido que tanta gente derruba bebida uma na outra, e não… não é essa a reciprocidade que estamos precisando de nós. Vamos neste ano trocar mais do que champanhes e promessas. Comece hoje. Em janeiro, pra dar sorte.

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Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/web/?p=13188