MONIQUE GISELE GASQUI | CRP 108849/06| Pós graduada em Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental | Pós graduada em Psicologia da Saúde/Hospitalar

Quantas vezes você se deparou com uma situação onde preferiu se sacrificar a fazer alguém infeliz? Parabéns, você é o herói da história. Pense bem: nos contos de fadas os heróis sempre se sacrificam, arriscam a vida a fim de salvar ou ajudar alguém por mais perigoso que seja e no final tudo fica bem, mas infelizmente a vida real não é assim.
É preciso ter consciência de que é importante aprender a dizer não, porque caso não aprendamos, perderemos o controle de nossa vida, e sentiremos raiva por fazer coisas que, na realidade, não queremos.
Muitas pessoas pensam que dizer "não" é coisa de pessoas más, e que quem faz isso está sendo desagradável, mas em alguns momentos, é necessário saber estabelecer limites e não ceder diante de manipulações e chantagens emocionais dos outros.
Precisa-se usar a assertividade, que se refere à capacidade de ter confiança em si mesmo para poder dizer não, sempre que for necessário. Não se trata de ser um egoísta que ignora as necessidades dos demais, e sim de encontrar um equilíbrio entre os dois extremos, ou seja, o de dizer sempre sim e o de dizer sempre não.
Sempre digo que é importante e que devemos ser respeitados. Além disso, é preciso ter consciência dos nossos fundamentos, da nossa escala de valores, para saber quais coisas desejamos fazer e quais não desejamos.
Devemos esquecer o medo e a sensação de culpa ao negar, em determinadas situações. Percebo muito isso em clínica com meus clientes. É preciso superar o medo da única maneira possível, enfrentando de frente a situação que nos assusta, e com relação à culpa, é um tema social que todos nós aprendemos, mas se temos consciência dos nossos fundamentos, poderemos dizer "não" baseados claramente em algum motivo, e isso nos dá a segurança de que precisamos.
No momento em que valorizamos de verdade nossas razões, não atuando de maneira precipitada, já não sobra lugar para sentir culpa, porque a decisão que tomamos foi de acordo com nossas convicções.
As pessoas que não tem assertividade são aquelas que se afastam de qualquer tipo de controvérsia, e precisam agradar sempre, até o ponto em que não realizam seus próprios desejos e necessidades e acreditam que para serem aceitos pelos demais, não podem negar nada, e no fim das contas acabam sendo manipulados e fazendo coisas que não querem e que vão contra seus princípios.
A sua motivação é o medo da rejeição e a falta de confiança em suas próprias ideias. É muito importante deixar claro que este é um perfil muito diferente daquela pessoa que decide, de forma consciente e voluntária, dedicar sua vida e ajudar o próximo, resignando suas necessidades em algumas ocasiões. Neste caso, se trata de uma escolha livre e pessoal e, como resultado, a pessoa se sente profundamente satisfeita e feliz.
As pessoas pouco assertivas, é ao contrario disso, sacrificam seu próprio bem estar, baseando-se em medos e inseguranças, algo que, definitivamente, não gera nada além de uma grande insatisfação pessoal.
Dizer "não" é essencial para a vida.