A arte de ser empático com as pessoas

MONIQUE GISELE GASQUI | CRP 108849/06  |  Pós graduada em Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental | Pós graduada em Psicologia da Saúde/Hospitalar

EMPATIA! Eis uma palavrinha mágica, mas que faz muita diferença na sua vida e na vida de outras pessoas. Pois é verdade, e ela é tão importante para o terapeuta com seus clientes e por ser tão necessária e vital para o seu bom funcionamento como é para nós o ar que respiramos.
Na verdade, sem ela numa relação psicoterapêutica, o barco da terapia fica à deriva, mas, além disso, é muito interessante dizer a sua importância nos dias de hoje, nos relacionamentos sociais, nos seus poderosos efeitos na comunicação com o outro, na necessidade de incorporá-los nas nossas vidas e na vida das crianças como uma coisa indispensável.
Coloquei nas redes sociais a seguinte frase: "Ensine aos seus filhos que a dor do outro não é brincadeira". Sinto uma urgência em trabalhar em clínica e desenvolver nelas a EMPATIA e os pais podem ensiná-las a desenvolver também, basta compreender que cada pessoa é única, cada dor é única, e o que pra mim não me causa dor, para o outro sim! É como se eu dissesse: "Olha! Eu não sinto a sua dor, mas eu entendo. É você respeitar os sentimentos dos outros e observo a falha do ser humano nesse aspecto, a falta de empatia, o olhar somente pra si.
Sabe! Às vezes a vida é incerta, e esta é uma realidade que precisamos assumir, comparado a corrente de água que muda de direção, mas sempre vai para frente. O caminho que o rio percorre é tão incerto e tão mutante como nossas vidas. Na psicoterapia acontece algo parecido, a pessoa se sentirá perdida muitas vezes, mas é muito diferente se sentir perdido estando acompanhado, do que sentir-se assim se a sustentação e apoio de alguém.
Somente com a presença do psicoterapeuta o cliente se sentirá acompanhado? Não! O paciente se sente acompanhado na medida em que o terapeuta vai lhe retribuindo cada um dos seus fios que este lhe passa, e ter uma atitude empática é respeitar o ritmo do cliente. Lindo né?! Sim! Uma das coisas mais lindas que acho na psicologia clínica é exatamente isso: esta ligação empática entre o terapeuta e o cliente.
Eu li uma vez de um psicólogo especialista em luto, e dizia exatamente isso: que o cliente, ou a pessoa nos traz a sua dor, vai nos lançando uma série de fios, exatamente como um novelo de lã e os lança no seu próprio ritmo, só que as vezes demoram para lança-los, e outras o fazem de repente.
Terapeuta e cliente tem que navegar em um mesmo barco, e a relação terapêutica não pode ser compreendida sem a empatia que é essa sustentação, esse maravilhoso tear sobre o qual o processo terapêutico avança, com cada gesto, cada emoção, cada pensamento, cada necessidade é ouvida, é entendida e é devolvida de uma forma mais clara, mais nítida e mais ajustada a pessoa que está diante de nós.
É preciso dominar esta sabedoria que, é uma linguagem muito mais sutil e intuitiva e dizer que o processo de terapia, portanto, é único e pessoal, não existem pacotes padronizados de respostas nem de técnicas universais. Cada pessoa é única em si mesma e precisamos nos adequar sempre a ela. Precisamos acompanha-los nesta travessia que a vida implica, com toda a sua diversidade de momentos.
Vamos ser mais empáticos e respeitar a dor e os sentimentos das outras pessoas?



Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2018/11/16/a-arte-de-ser-empatico-com-as-pessoas/