MONIQUE GISELE GASQUI | CRP 108849/06
Pós graduada em Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental | Pós graduada em Psicologia da Saúde/Hospitalar

Começo este artigo com um exercício: "Fechem os olhos, olhem para dentro de si e busque todos os motivos pelos quais tem sofrido, dos menores aos maiores." Pronto? Agora te pergunto: "O que dói mais, a dor física ou emocional?"; "Com que você sofre: doença, falta de atenção, ausência de emprego, separação?" e ainda "Quais são os SEUS REAIS motivos para sofrer?

Citarei alguns exemplos das causas do sofrimento dentre milhares, pois é subjetivo de cada um:

• Pensamentos negativos: existem pessoas que são viciadas em pensamentos negativos mesmo que sua vida esteja bem. Lembre-se: são os pensamentos que criam os sentimentos.
• Não ser ouvido: muitas vezes, a dificuldade em ouvir o outro é a mesma que sentimos em ouvir a nós mesmos. Pense: Você para pra se ouvir? Exercite-se ouvindo mais a si mesmo, e depois aqueles que estão ao seu lado.
• Não aceitar: ser diferente não quer dizer ser errado ou aceitar aqui que te aconteceu significa maturidade. Reflita: o que é certo e errado? Eu sou o único que está com esta doença, por exemplo? A aceitação faz parte do se amar e amar o outro.
  Dentre os três exemplos que disse, todos eles têm uma coisa em comum: a dificuldade em encontrar paz! Não há receita para acabar com o sofrimento, mas conversar muito com você mesmo é ótimo. Sempre há uma crença aprendida dentro de você e que não foi atualizada. Muitas vezes, ficamos presos a padrões de comportamentos que nos foram ensinados há muitos anos e que nada servem no presente, a não ser causar sofrimento. Exemplo: aprender que deve estar sempre trabalhando, fará com que não se permita relaxar, para não ser considerado "preguiçoso".
  Sofrimentos estes incluem também nos iludir, idealizar e esperar que são as famosas "situações sonhadas e não realizadas", ou melhor, as frustrações. Não espere nada, porque sofremos na insistência com nossas ilusões, em manter a expectativa que o outro ainda seja o que idealizamos. Separe o que é ideal com real, fantasia da realidade. Tudo o que foi, devemos nos libertar e deixar que fique no passado.
  Reconheça o seu valor, independente do que se tem ou do que se faz, mas valor como ser humano, independente de cargo, conta bancária, marca do carro, poder, status. Esqueça isso um pouco! Precisamos aprender a olhar dentro de nós mesmos e o que temos como caráter, bondade, amor, amizade e afins. Nada é mais libertador do que ter consciência da pessoa maravilhosa que você é.
  Todos temos potencial e capacidade de nos desenvolver e mudar aquilo que nos faz sofrer, basta o autoconhecimento que permite você identificar o que criou quando criança, e que usa isso até hoje como uma defesa e proteção contra um mundo hostil, criando assim, conflitos e sofrimentos. Exemplo: a arrogância não faz parte da essência do ser humano. Então, por que você continua sendo arrogante?
  Todos nós passamos por situações de dor e sofrimento, mas temos a escolha de erguer a cabeça e seguir em frente. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Faça do seu sofrimento uma passagem, não uma eternidade.
  É preciso entender que o que mais precisamos é de nosso próprio amor e aceitação.