BRUNA SANTORO MILANI | CRP 06/126178
Psicóloga (PUC-SP)

Olá! Chegamos ao mês de setembro e você já deve ter visto por aí em cartazes, notícias, mídias e afins sobre a campanha Setembro Amarelo. Vamos entender melhor sobre essa campanha?

A campanha Setembro Amarelo existe para conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio. Tem como foco alertar as pessoas a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e como enfrentar essa triste situação. Tal campanha iniciou-se em 2014 no Brasil, no mês de setembro com a cor amarela para chamar atenção ao tema (algumas fontes dizem que a escolha da cor amarela faz referência ao nascer do sol e por ser uma cor forte, justamente o objetivo da campanha, mas não há confirmação que liga essa simbologia ao tema da campanha).
Essa campanha não é exclusiva do Brasil, pois acontece no mundo todo durante esse mês, e claro, com enfoque maior no dia 10, no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (estimulado pelo IASP - Associação Internacional para Prevenção do Suicídio).
Infelizmente, de acordo com a estatística, todo ano registram-se cerca de dez mil casos de suicídio no Brasil e mais de oitocentos mil no mundo. Só no Brasil, há pelo menos 32 pessoas que cometem suicídio por dia, (a cada 3 segundos uma pessoa tenta o suicídio), o que é um número maior que as mortes diárias por HIV/AIDS e a maioria dos tipos de câncer, por exemplo.
E se você está pensando se há meios de prevenir essa realidade a resposta é SIM! A Organização Mundial de Saúde afirma que em cada 10 casos de suicídio, 9 poderiam ter sido prevenidos!
Acontece que esse tema ainda é um tabu muito grande e poucas pessoas se sentem a vontade de falar abertamente sobre o problema, uma vez que ainda há resquícios envolvendo religião, que segundo o mesmo, se trata do maior pecado. Hoje esse problema é de saúde pública. Dessa forma temos que ter em mente que romper esse tabu se faz urgentemente necessário.
O suicídio tem uma série de interações de fatores, como psicológicas, biológicas, culturais, históricas e socioambientais. Ou seja, a causa é mais complexa do que podemos imaginar.
Para entendermos um pouco mais sobre, vamos desmitificar algumas ideias:
 Uma pessoa que pensou em suicídio não necessariamente pensará nisso para o resto da vida dela, pois tais pensamentos advêm de uma mente em sofrimento e se for tratada se libertará disso.
 As pessoas que ameaçam se matar podem sim se matar e não é só para chamar a atenção. É comum que os suicidas expressem seu desejo de se matar nas semanas anteriores da ação por meio de falas ou sinais de comportamentos.
 Se a pessoa deprimida que pensa em se matar aparecer bem em outro momento, não significa que o risco passou, pois é comum que a pessoa se sinta melhor em poucos momentos antes da decisão.
 Falar sobre o suicídio não é dar dica aos suicidas. Pessoas que pensam sobre o suicídio e gostariam de resolver isso normalmente nem sabem a quem recorrer. Falar sobre o tema pode ser muito importante para aliviar a angústia e tensão que normalmente acompanham esses pensamentos, além de poder ser a chance de mostrar a pessoa que não é a única solução.
Além desses exemplos existem muitos outros mitos, por isso é muito importante buscarmos sempre mais informações. Além disso, precisamos cada vez mais incentivar promoção a saúde pública, com grupos de autoajuda em escolas, associações e outros espaços de grande fluxo.

Você precisa de apoio?
Se você se sente mal e chega a pensar em se matar, converse sobre isso! Mesmo que a morte pareça a única solução, converse com alguém, um olhar externo pode te mostrar que existem outras alternativas que estavam ali o tempo todo e você não estava enxergando por estar com a mente casada e em sofrimento. Caso não tenha com quem conversar ou não se sinta seguro de falar com alguém do seu ciclo, serviços como o CVV atendem 24 horas na internet ou pelo telefone (141), use desses serviços, eles estão ali justamente para te ajudar.
Qualquer coisa entre em contato comigo pelo Instagram @BrunaMilani
Um forte abraço.

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