Micoplasmose em felinos

RODRIGO EDUARDO DE BORTOLI | CRMV-SP 14.640
Médico Veterinário

O micoplasma felino, também conhecido como a doença da pulga em gatos pode ser transmitido através da picada de ectoparasitas (parasitas encontrados no pelo e pele do seu animal) infectados, como é o caso de pulgas e carrapatos. Por esse motivo, o controle regular de pulgas e carrapatos é essencial para proteger o seu gato. Porém, pode ocorrer também transmissão por via iatrogênica, através da transfusão de sangue contaminado, por exemplo. Uma vez inseridas na corrente sanguínea pelas pulgas e carrapatos infectadas, o Mycoplasma haemofelis invade e se adere parcialmente à superfície dos glóbulos vermelhos do sangue (as hemácias), causando a sua hemólise (destruição) e originando anemias.
Estudos afirmam que foram identificadas duas subespécies distintas de Haemobartonella felis: uma forma grande e relativamente patogênica e mais perigosa, que causa a anemia severa, e outra mais pequena e menos virulenta.
Importa salientar, que mesmo tendo estado em contato com a bactéria, existem animais que não desenvolvem a doença e que não manifestam qualquer tipo de sintomas. Neste caso, eles são apenas portadores, não manifestam a doença, mas podem transmiti-la.
Esta doença também pode estar adormecida e manifestar-se quando o animal estiver mais fraco, estressado ou imunodeprimido (em doenças como FELV ou PIF) pois esta bactéria se aproveita da debilidade do animal para se reproduzir. A transmissão por contato ou através da saliva é pouco provável, mas interações que envolvam agressividade, como brigas, mordidas ou arranhões, podem resultar na transmissão, já que, nestes casos, os animais podem estar expostos ao sangue de outro animal contaminado. Qualquer gatinho pode ser afetado, independentemente da idade, raça e sexo. Segundo estudos, os machos parecem ser mais predispostos que as fêmeas devido às brigas de rua e há que ter cuidados reforçados na primavera e no verão, uma vez que o número de pulgas e carrapatos nestas épocas aumenta, assim como o risco de infestar o seu animal. Enquanto uns gatos podem apresentar sinais clínicos óbvios, outros podem não exibir nenhum tipo de sinal (assintomáticos). Este fato é dependente da patogenicidade do agente, isto é, capacidade do agente invasor em causar doença, da fragilidade e saúde atual do animal e da quantidade de agente inoculada durante as brigas ou durante a picada da pulga.

Assim, a infeção pode ser assintomática com uma ligeira anemia, ou apresentar sinais clínicos mais comuns que incluem:

  • Anemia
  • Depressão
  • Fraqueza
  • Anorexia
  • Perda de peso
  • Desidratação
  • Palidez das mucosas
  • Febre
  • Aumento do baço
  • Mucosas amareladas que indicam icterícia, em alguns casos.
  • O diagnóstico é baseado em exames de sangue: hemograma completo, esfregaços sanguíneos e PCR.
  • Nem sempre de simples ou fácil detecção.
  • Terapia apropriada e cuidados de suporte são essenciais para garantir o sucesso do tratamento e qualidade de vida para os felinos. Usualmente envolve antibióticos, corticoides, fluidoterapia (soro) e, em certos casos, transfusão.
  • O prognóstico é reservado à depender da precocidade no diagnóstico e da resistência do paciente. Ao menor sinal dessas alterações, consulte seu Médico Veterinário e converse com ele à respeito.

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Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2020/12/03/micoplasmose-em-felinos/