E se fosse comigo?

MONIQUE GISELE GASQUI | CRP 108849/06
Pós graduada em Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental | Pós graduada em Psicologia da Saúde/Hospitalar

Vamos começar 2021 com apenas uma reflexão: 1) Você menospreza a dor alheia? Por exemplo: "Isso é bobagem, você vai ficar bem," "para de pensar merda", "sua vida é ótima, você que reclama demais", "você tá exagerando". Pare e pense que a dor do outro não é menor que a nossa, nem a nossa é menor que a de outra pessoa. Entendemos que a dor é subjetiva, é particular e não dá para se medir em números, pois o que para mim pode ser algo simples, incapaz de causar maiores estragos, para outros pode ser uma abalo nas estruturas de sustentação a ponto de lhes tirar até a vontade de seguir vivendo.
Caros leitores, vamos começar realmente um Ano Novo, pensando no coletivo. Chegou o momento que o mundo pede para pararmos de sermos egoístas, insensíveis, sermos pessoas que apontam os erros dos outros, os defeitos, de falarmos que as pessoas são "loucas" porque está em tratamento psiquiátrico ou psicológico. Talvez quem mais precisa de tratamento seja você que julga e menospreza a dor do outro. Parou para pensar?
Entender as pessoas é difícil, ajudar é ainda mais, principalmente quando a pessoa que sofre não está aberta à sua ajuda, mas, você pode estar por perto, alertar um profissional, por exemplo.
Veja bem, QUERER AJUDAR alguém é sempre bom, mas deve partir de dentro, e na realidade a gente se acomodou muito, pois estamos tão acostumados a ver nos jornais e mídias tantas desgraças, que quando a gente repara alguma coisa acontecendo na nossa frente nos fingimos de cegos e passamos adiante. Como se diz: OLHANDO PARA A FRENTE E PARA NÓS MESMOS, sem prestar muita atenção ao redor e nos outros ou será que vemos tudo, mas ignoramos?

Você, eu e qualquer pessoa não é super-herói para salvar o mundo, mas é saber que, às vezes, ser o herói de alguém pode significar ouvir ou só demonstrar um mínimo de qualquer coisa, com menos toque na tela do celular e mais toque no coração das pessoas.
Alguém pode conseguir lidar com a perda de uma amizade com imensa tranquilidade, outras tendem a ficar extremamente magoadas, remoendo e pensando nessa perda pelo tempo que for necessário. CADA UM TEM O SEU PRÓPRIO TEMPO, POIS O QUE FUNCIONA PRA MIM PODE NÃO FUNCIONAR PARA OUTRO ALGUÉM. CADA UM TEM SUA FORMA DE AGIR, SENTIR E VOCÊ PRECISA ENTENDER E RESPEITAR ISSO.
Sinto que falta um pouco de respeito sobre como as demais pessoas lidam com as coisas delas, porque a gente compara o tempo todo com aquilo que nós faríamos naquela situação. Comparação é pior coisa que você pode fazer por alguém. Você não é a outra pessoa e a outra pessoa não é você.
Por fim, digo que o ajudar, a empatia é diferente de você CARREGAR A DOR DO OUTRO, não é isso, porque pode ser um peso desnecessário, podendo te atingir mentalmente e fisicamente, ao contrário, é você ser bom para o outro e para você também, respeitar o outro e respeitar você também, como as dores, emoções, buscar a superação também, ser gentil com o outro, mas com você também e se reveja, se reformule, ressignifique a sua própria história.
O mundo seria um lugar melhor se as pessoas se perguntassem com mais frequência: e se fosse comigo?

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Fonte: http://avpgraficaejornal.com.br/layout/index.php/2021/01/21/e-se-fosse-comigo/